O sonho de muitas pessoas de superar a obesidade está mais próximo de se realizar. Cientistas americanos e alemães descobriram um poderoso aliado no combate ao sobrepeso, por meio da formação de uma molécula que une três hormônios fabricados pelo corpo humano e agem diretamente no metabolismo.
A revista “Nature Medicine” divulgou na última semana os resultados das experiências feitas com animais no Helmholtz Diabetes Center, na Alemanha. Os três hormônios que a molécula reúne são o GLP-1, GIP e Glucagon, também chamados de incretinas.
Cada um deles atua de forma diferente no organismo, liberando insulina, reduzindo os níveis de glicose no sangue e estimulando a atividade no fígado para quebra da glicose que se deposita no órgão.
O grande segredo da molécula formada é a atividade simultânea em vários sistemas do corpo, auxiliando na aceleração do metabolismo e trabalhando no pâncreas, no fígado, nos depósitos de gordura e no cérebro. “O efeitos desses três hormônios unidos em uma única molécula oferece resultados nunca alcançados antes”, afirmou Brian Finan, um dos responsáveis pelo trabalho.
O sucesso obtido com a molécula renova a esperança de médicos e cientistas que trabalham diariamente em busca de uma solução para a obesidade, doença que cresce a níveis assustadores em todo o mundo.
No ano passado, Richard DiMarchi, co-autor da experiência, criou uma molécula que unia dois hormônios e chegou a ser testada em algumas pessoas. Apesar de ter alcançado bons resultados, o trabalho realizado agora teve o dobro de impacto no organismo dos animais, um avanço importante para a concretização dos estudos.
Além de todos os benefícios, a nova molécula também deve gerar menos efeitos colaterais, comuns nas medicações que inibem o apetite e atingem os depósitos de gordura do corpo. Os vômitos, por exemplo, são frequentes em usuários desses remédios.
Outra vantagem do experimento é a capacidade de tratar a síndrome metabólica, relacionada a problemas como pressão arterial alta e hiperglicemia. Agora, o objetivo dos pesquisadores é começar os testes em seres humanos. Se o sucesso se confirmar, um novo medicamento poderá estar disponível para auxiliar milhões de pessoas.