Diversos negócios foram afetados pela pandemia, o que obrigou muitas pessoas a buscarem novas formas de se reinventar. No entanto, ao falar do mercado de vinho no Brasil, nota-se uma crescente até então não observada.
A verdade é que o Brasil vem se destacando bastante como sendo um dos mercados de maior crescimento no consumo de vinhos em todo o mundo. Inclusive, de acordo com a consultoria Internacional Wine & Spirit Research (IWSR), o consumo de vinhos cresceu cerca de 28% em 2020.
Mas, em relação aos dados no mundo todo, esse consumo diminuiu 6,5%, o que mostra que o Brasil tem sido uma boa oportunidade de investimentos. Ademais, todo esse crescimento ocorre devido às mudanças estruturais no comportamento dos consumidores.
Tais mudanças fizeram com que negócios que se relacionam a esse mercado também se tornem oportunidades mais interessantes de investimento. É por essa razão que diversas lojas desse segmento tem vendido em grande escala alguns itens, como jogo de taças de cristal, decanter etc.
Mudanças no comportamento do consumidor de vinhos brasileiro
O mercado do vinho no Brasil está em uma gigante crescente. E muito disso tem acontecido devido algumas mudanças no comportamento daqueles que consomem a bebida. Abaixo, iremos falar sobre algumas dessas mudanças. Confira
Número de bebedores de vinhos quase dobrou em uma década
Segundo dados da consultoria Wine Intelligence, o número de pessoas que bebem vinhos no Brasil cresceu de 22 milhões em 2010 para mais de 39 milhões em 2020. Ou seja, aumentou cerca de 17 milhões de novos consumidores.
E ainda que essa tendência tenha permanecido em 2021, espera-se que o número para 2022 seja ainda maior. Fora isso, de acordo com os dados colhidos pela Ideal Consulting, o consumo de vinhos em 2021 foi de quase 490 milhões de litros, 4% abaixo de 2020.
No entanto, se manteve 27,9% acima de 2019. Em relação à venda de vinhos brasileiros, a alta foi de 23%. A IWSR ainda indica que os tipos de vinhos mais consumidos em ocasiões informais também aumentaram circunstancialmente.
No caso do vinho rosé, por exemplo, ele teve um aumento de 2% para 6% entre os anos de 2015 a 2020.
Consumidores nativos digitais
Outra coisa que aumentou o consumo de vinho é a digitalização. Dizemos isso porque o Brasil é o segundo maior país com downloads de apps de avaliação de vinho, como o Vivino, por exemplo.
Antes de acontecer a pandemia, o estudo da Wine Intelligence apontava que mais de 10 milhões de brasileiros já haviam comprado vinhos online, um número que só é inferior ao da China e Estados Unidos.
Para o futuro, a tendência é que esse número cresça ainda mais, uma vez que 59% daqueles que consomem vinho de forma regular consideram comprar vinhos por meio de canais online.
Brasileiros mais abertos a novidades
Outra coisa que tem feito com que o consumo se tornasse maior é o fato de os brasileiros estarem mais dispostos às novidades. Segundo a Wine Intelligence, 70% gostam de experimentar outros estilos, em uma base regular.
E esse também é um número que supera outros países como os Estados Unidos, cuja taxa é de 51%.
Vinhos ganham espaço em ocasiões informais
O fato de os vinhos ganharem espaço em outras ocasiões que não sejam tão formais, também contribui para a crescente. A Wine Intelligence apontou que 51,8% dos consumidores no Brasil bebem para relaxar no final do dia, enquanto 18,5% para acompanhar refeições em casa.
Perfil das melhores oportunidades de investimento
De acordo com todas essas mudanças estruturais, torna-se possível identificar um perfil de negócio mais propício a explorar algumas oportunidades. Dentre elas, podemos citar:
Marcas nativas digitais
O futuro é online e, portanto, investir em compras de vinho digital se mostra algo bem promissor. E isso é válido tanto para vinho quanto para itens relacionados, como jogo de taças de cristal e coisas semelhantes.
Negócios asset light
As marcas que têm mais foco em desenvolver canais de venda possuem maior potencial de crescimento. Diferente das vinícolas tradicionais, o intuito é se concentrar no controle de qualidade, desenvolvimento de marca e distribuição.
No entanto, pode-se terceirizar a produção, o que gera algo em maior escala. Essa é uma linha que está de acordo inclusive com as tendências globais de transformação dos negócios.
Vinhos rosé
Os vinhos rosé também estão se tornando mais aceitos pelo público brasileiro. Em virtude disso, as marcas que têm presença mais relevante nesse tipo de bebida no portfólio podem obter um mercado em expansão, que está crescendo e escalando junto com a mudança de comportamento dos clientes.